A batalha

Na primeira vez, houve muitos estampidos. Consegui me abaixar, porém fui atingido. Pensei estar no Maracanã e gritei todos os palavrões que vieram a minha cabeça. Alguns instantes se passaram e vi que o melhor era esperar a situação se acalmar, para que eu pudesse enfim fazer uma aproximação. Nessa hora, quase desisti de enfrentar o inimigo ali esparramado na frigideira, imóvel, aparentemente domado, mas não me dei por vencido. E concluí que enquanto está cru, envolvido em sua casa frágil, ele é considerado um fresco ou inofensivo, porém, para torná-lo frito a chapa literalmente esquenta. No livro A Arte da Guerra , há passagens dizendo que você precisa conhecer bem o seu inimigo para poder enfrentá-lo. Digamos que pulei essa parte, fui diretamente ao confronto face a face. Animado, coloquei um pano de prato sobre o braço esquerdo (esse seguraria o cabo da frigideira) e a mão direita, munida de "espumadeira", eu usaria como um esgrimista para atingi-lo ― claro que...