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Mostrando postagens de setembro, 2011

3 e vinte

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Ele, a 7750km de distância, 216 horas após beijo de despedida lá teu sono assisto em noite serena da manhã sorriso cá saudoso acena Ela, em resposta ao quase-poeta Viver cada segundo como nunca mais. Vinícius diz, nós já sabíamos. Já lembrávamos que há amanhã, E que vai passado e vira ontem. O que sobra são marcas na pele, Histórias efêmeras de dez mil e uma noites, Sobra tudo o que é importante Em segundos como nunca mais. E se vão em bits orgânicos Para o sonho que alimenta nosso delírio. Desde o início certo, há o amanhã, Além do mesmo sempre, e termina Feito de segundos como nunca mais. Após segundos marcados, Segundos descompassados, Segundos imortais. **

Dívida divina

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Imagine Lutero, lá pelos anos de 1500, revoltando-se contra a venda das indulgências pela Igreja Católica e escrevendo as 95 Teses, que, em resumo, questionam a autoridade dos membros da Igreja e a maneira que encontraram de financiar a Basílica de São Pedro em Roma, concedendo por livre e espontânea condição de troca, um perdão por uma esmola.  Isso nos faz lembrar de algo? Pobre Lutero... Como seria agora, aqui pelos anos 2000, com a abundância de produtos e serviços oferecidos pelas inúmeras igrejas espalhadas por todo canto, em troca de uma esmolinha? Vendem-se perdões, milagres de muitos tipos, "puxadinhos" no céu, uma viagem de volta à Nova Terra... São tantos, que não vão caber na minha nem na sua paciência.  Para que o necessitado adquira uma dessas ilusões, usa-se de tudo um tudo: caixas de coletas, contas bancárias, carnês, agentes especializados que vão recolher sua contribuição no endereço de sua residência, do seu trabalho, e dar baixa na sua dívida